Você Conhece o Verdadeiro Significado da Lei de Murphy?

A lei de Murphy é um dos axiomas corporativos mais conhecidos, por isso, você já deve ter ouvido, ou mesmo falado: “Se algo pode dar errado, vai dar errado!”.

E daí, derivaram vários corolários…

“Se as coisas podem dar errado, darão no pior momento possível!”

“Se algo pode ser mal-entendido, será mal-entendido!”

E por aí vai…

Mas, o que vale a pena discutir aqui é que a Lei de Murphy foi tão difundida, quanto mal-interpretada!

Por quê? Porque ela é citada, em geral, como uma piada ou como uma desculpa, para quando algo dá errado; como se aquilo estivesse fadado ao fracasso. Ora, nessa linha de pensamento, então, para que se preocupar em fazer bem-feito, se as coisas vão dar errado, não é mesmo? Por isso mesmo, acredite, não é negativa, nem sua origem, nem a forma de interpretá-la! Ela tem um sentido positivo!

Vamos entender, então! O primeiro ponto é que existiu, realmente, o Murphy (Edward Aloysius Murphy Jr). Ele era um engenheiro da Força Aérea americana. Mas, por incrível que possa parecer, não é ele o principal personagem da nossa história. Mas, sim, o coronel John Paul Stapp. Então, vamos entender a origem da Lei de Murphy, conforme relatada na introdução do livro “A Lei de Murphy”, de Arthur Bloch, publicado em 1977; a história foi contada por outro personagem, George Nichols, que, na época, participou do projeto que envolveu Murphy e Stapp.

Em 1949, na Base da Força Aérea americana, Califórnia, havia o Projeto MX981, cujo objetivo era saber quantas forças g o corpo humano seria capaz de suportar numa colisão. O projeto era liderado pelo Coronel John Paul Stapp. O capitão Edward Murphy, um engenheiro de desenvolvimento, que foi chamado para trabalhar apenas poucos dias nesse projeto, ao se deparar com uma série de erros cometidos pelo técnico na conecção dos transdutores da instalação que ele havia configurado, comentou, frustrado e aborrecido: “Se houver alguma maneira de fazer errado, ele o fará”.

O coronel Stapp, ao ouvir isso, adotou a frase como lema para prevenir novos erros! Algumas semanas depois, o Coronel Stapp falou em uma coletiva de imprensa, que o bom histórico de segurança durante os testes simulados de força de colisão foi o resultado de uma firme crença na Lei de Murphy, e o firme propósito para negar o inevitável. Depois disso, a Lei de Murphy espalhou-se de forma incrível pelo mundo todo!

E no livro, “A História da Lei de Murphy” – em tradução livre, de Nick Spark, publicado em 2006, David Hill, que também havia trabalhado com o coronel Stapp, contou história semelhante. Porém, segundo Nick Spark, documentarista e escritor, numa gravação de uma antiga entrevista do próprio Edward Murphy, a que ele teve acesso, Murphy dizia que não se lembrava das palavras exatas que havia dito na ocasião.

De todo modo, o que todos parecem concordar é que a Lei de Murphy foi cunhada pelo coronel John Paul Stapp, como sendo: “se algo pode dar errado, vai dar errado”, mas com o sentido de se buscar analisar todas as possíveis falhas para poder, preventivamente, implementar ações corretivas. Ah! E uma curiosidade, o coronel Stapp era brasileiro. Sim, ele era filho de um missionário americano da igreja Batista, e nasceu e viveu até os 12 anos na Bahia.

Daí, fica claro que a lei de Murphy não deve ser encarada como forma de invocar o fatalismo como desculpa para os erros. Mas, é, antes de tudo, um alerta para fazer com qualidade!

Se você pensar nas últimas vezes em que você ouviu falar na lei de Murphy na sua empresa, em quantas apareceu como piada? Em quantas apareceu como desculpa? Em quantas eram por conta de erros que poderiam ter sido evitadas com um bom planejamento, razoável análise de riscos, auditoria bem-feita, treinamento competente, cuidadosa avaliação ou comunicação eficaz?

Sendo assim, para interpretar a lei de Murphy da forma correta, utilize-a como um alerta que busca encontrar as falhas, preventivamente, para implementar as ações corretivas necessárias, e fazer com qualidade; como era, lá na sua origem…

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