Política de Estoques

Se bem estruturada, pode evitar inúmeros problemas, reduzir custos e melhorar o atendimento ao Cliente.

Introdução

A Política de Estoques é um tema estratégico em uma Organização, muitas vezes negligenciado, esquecido ou menosprezado. Uma boa Política de Estoques numa indústria deverá envolver o produto acabado, a matéria-prima, e o estoque em fornecedor, e diz respeito aos volumes mínimos de estoque.

Em síntese, elaborar uma política de estoques significa dizer que estamos concordando, área Industrial, área Comercial e área Financeira um nível de estoque mínimo (ou de segurança), para cada tipo de ítem (A, B e C).

Política de Estoques - Gestão Industrial

Fatores que Interferem na Política de Estoques

Sabemos que a Política de Estoques visa atender o cliente da melhor forma possível, e conforme definição estratégica da Organização. São vários os fatores determinantes na formulação da Política de Estoques, que forçam os estoques mínimos para cima, ou para baixo:

  • Competência da Cadeia de Fornecimento
  • Qualidade da Previsão de Demanda
  • Sistema de Planejamento Logístico de Materiais
  • Sistema Integrado de Gestão da Organização
  • Acurácia dos Estoques

Curva ABC de Estoques

Utilizamos a curva ABC para a definição e caracterização dos itens em A, B ou C, de acordo com o seu valor de consumo num determinado período (anual, semestral, etc.). Dessa forma, os itens identificados como A serão tratados como mais importantes e estratégicos, depois vêm os itens B, e por último os itens C. De modo geral, uma curva ABC classifica os itens dessa forma:

  • Itens A: representam 20% da quantidade de itens e 65% do valor de consumo
  • Itens B: representam 30% da quantidade de itens e 25% do valor de consumo
  • Itens C: representam 50% da quantidade de itens e 10% do valor de consumo

Os sistemas ERP normalmente vem parametrizados com uma curva ABC e fazem o cálculo automaticamente.

Veja, a seguir, um exemplo de uma curva ABC de estoque.

Curva ABC de estoque

Estoques de Segurança de Matéria-prima

Estes devem ser definidos analisando-se matéria-prima nacional e importada, e para cada caso, os itens A, os B, e os C. Levando-se em conta que a localização do fornecedor, a qualidade do material, e a confiabilidade na entrega do fornecedor é crucial para a parametrização dos estoques. Com base nisso, uma enorme gama de possibilidades aparece. Veja, a seguir, apenas como mero exemplo, alguns números:

ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA NACIONAL

Estoque de Segurança
Mínimo (dias)

Estoque de Segurança
Máximo (dias)

Itens A

10

20

Itens B

30

45

Itens C

60

90

 

ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA IMPORTADA

Estoque de Segurança
Mínimo (dias)

Estoque de Segurança
Máximo (dias)

 Itens A

30

45

 Itens B

60

90

 Itens C

90

120

Estoques de Segurança de Produto Acabado

Assim como fizemos para a matéria-prima, também para o produto acabado devemos fazer a análise e definição da curva ABC, a fim de classificar cada item do estoque. Uma vez realizada a classificação, podemos seguir o mesmo modelo de estoques de segurança utilizado para matéria-prima.

É importante ressaltar que o estoque de segurança deve ser alvo de ampla discussão dentro da Organização, envolvendo as áreas de manufatura, financeira, e, é claro, logística. As discussões devem buscar um acordo de riscos a assumir, pois mais baixos os estoques de segurança, menores os custos de estoques, porém, maiores as possibilidades de paradas de produção, ou atrasos nas entregas.

Estoques de Segurança em Fornecedor

Os estoques de segurança nos fornecedores são vasto material de discussão. Há que se ter em conta qual o protocolo queremos (ou podemos) acordar com o fornecedor. Ou seja, se queremos que ele trabalhe com forecast e variação de demanda, ou apenas com pedidos firmes; se ele vai trabalhar com estoques de segurança de produto acabado, e qual seu nível de estoque de segurança de matéria-prima nesse caso; se a matéria-prima dele é commodity ou não, e qual o regime de reajuste de preço; entre outras situações. Mas o fundamental é que se busque identificar a melhor alternativa de trabalho e parceria para cada fornecedor, e que atenda aos anseios da Organização.

Agora que você já definiu os estoques mínimos, acesse a seção de planejamento de demanda para ver o cálculo dos estoques máximos.

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