O princípio de Pareto, também conhecido como regra 80/20, diz que em qualquer grupo de fatores que contribuem para um efeito comum, poucos são os responsáveis pela maior parte do efeito. Podemos dizer, também, que o princípio de Pareto atesta que 80% dos efeitos provêm de 20% das causas, ou ainda, 80% dos resultados provêm de 20% das ações. De natureza estatístico-empírica, esse princípio aparece em vários sistemas dotados de estrutura tipo causa e efeito, considerado por muitos como um fenômeno universal. O número 80/20 não é absolutamente rígido, obviamente, é apenas um indicativo, uma referência; você poderá encontrar, nas situações práticas, relações muito próximas, mas não exatamente 80/20.
Origem do Princípio de Pareto
Vilfredo Federico Damaso Pareto (1848 – 1923), nasceu (Fritz Wilfried Pareto) em Paris, no período em que seu pai estava refugiado politicamente; voltou à Itália com a família, em 1858, tendo a cidadania italiana reconhecida, sendo, por isso, considerado um economista, engenheiro e sociólogo italiano. No final do século XIX, Pareto estudou a distribuição de riqueza na Itália e descobriu que 80% dela estava na mão de apenas 20% da população.
Na década de 1950, Joseph Juran, um engenheiro e consultor da qualidade romeno-americano, foi o primeiro a apontar que aquilo que Pareto havia observado era um princípio universal, que poderia ser aplicado a uma variedade de situações, e não apenas à atividade econômica, e parecia ser aplicado, sem exceção, à problemas de qualidade; e foi Juran que cunhou o termo Princípio de Pareto, dizendo que em qualquer grupo de fatores que contribuam para um efeito comum, poucos são os responsáveis pela maior parte do efeito.
Eu fui pesquisar como é a distribuição de riqueza mundial, hoje, e encontrei uma informação do Banco Credit Suisse (Global wealth databook 2019) que mostra a seguinte distribuição de riqueza global: 89,2% da população mundial de adultos detém 17,3% de toda a riqueza; enquanto que 10,7% da população mundial de adultos detém 82,8% da riqueza mundial. Incrível, não, mas aí está o princípio de Pareto, mais uma vez.
Exemplos de Princípio de Pareto no Dia a Dia dos Negócios
Nos negócios, em geral, podemos tirar proveito do princípio de Pareto, na medida que entendamos quais são as informações vitais em que devemos nos fixar para dar foco, uma atenção maior, e, dessa forma, aumentarmos significativamente a produtividade.
- 80% do faturamento vem de 20% dos clientes;
- 80% do faturamento vem de 20% dos produtos/serviços;
- 80% das reclamações dos clientes vêm de 20% dos defeitos;
- 80% dos defeitos dos produtos vêm de 20% das causas;
- 80% da eficiência da Organização vem de 20% das lideranças;
- 80% dos problemas internos vêm de 20% dos colaboradores;
- 80% dos resultados da Organização vêm de 20% dos colaboradores;
- 80% do retorno de publicidade vem de 20% dos esforços em marketing;
- 80% da utilização de um software vem de 20% das suas características;
- 80% das melhorias vêm de 20% de esforços.
Lembre-se, mais uma vez, de que a relação 80/20 é apenas uma referência. Como já disse, você poderá encontrar as mais variadas relações desde 70/20 até 90/20, ou 70/15 a 90/15, ou ainda, qualquer relação próxima disso. O importante é ter em mente que em qualquer conjunto de elementos que contribuam para um efeito comum, poucos serão os responsáveis pela maior parte desse efeito.