Há pouco tempo tomei conhecimento de uma pesquisa sobre o uso do smartphone, feita pelo Ibope Conecta (no período de 21 a 26 de junho de 2018, com 2.000 internautas das classes A, B, C e D de todas as regiões do Brasil). Nessa pesquisa, foi feita a pergunta: por quanto tempo você consegue ficar sem usar seu smartphone? 15% responderam que não ficam sem o smartphone em momento algum, 8% disseram que ficam no máximo 1 hora sem o smartphone, 11% responderam que conseguem ficar até 2 ou 3 horas sem o smartphone, o mesmo percentual de quem fica até 6 horas sem mexer no celular, 7% disse que ficam até 12 horas, 18% até um dia, e 30% responderam que conseguem ficar mais de um dia sem o smartphone. Ao responderem a pergunta: O celular afeta negativamente sua vida? Apenas 31% afirmaram que não. E os que se sentem afetados negativamente, apontaram a hora de dormir (27%), o relacionamento com as pessoas (23%), a distração nas tarefas diárias (23%), o âmbito profissional (16%), o âmbito familiar (16%), a direção (12%), a saúde (9%), a escola (8%), e a vida sexual (6%) como sendo os principais fatores prejudicados.
A Pesquisa do GestaoIndustrial.com
Ao ver a pesquisa que o Ibope Conecta fez com os internautas, e perceber que 23% disseram não conseguir ficar mais de uma hora sem mexer no celular, eu fiquei curioso em saber o quanto os profissionais conseguem ficar sem mexer no smartphone no ambiente de trabalho, e o quanto isso pode afetar sua produtividade. Por isso lancei uma pesquisa no GestaoIndustrial.com e, no período de 14/03/2019 até 16/05/2019, 435 profissionais responderam a 10 perguntas. Para limitar a 1 resposta por participante, foi requerido fazer login no Google. Há cerca de um ano atrás, eu publiquei no GestaoIndustrial.com uma pesquisa sobre “Política de Uso” dos smartphones nas Organizações; agora, complemento publicando a pesquisa sobre “Uso” dos smartphones nas Organizações. Veja, a seguir, os resultados.
A grande maioria dos respondentes é de jovens até 35 anos (63,9%)
Houve boa participação feminina, chegando quase à metade dos respondentes (46,4%).
A grande maioria dos respondentes vem das áreas Administrativa ou Financeira (40,0%), seguida pela área Operacional (26,9%).
A grande maioria utiliza apenas o seu próprio smartphone (67,1%).
Com a atual dependência do smartphone, devido à sua multiplicidade de ações, e a facilidade de comunicação, aliada ao vício nas Redes Sociais, não chega a surpreender que 43,2% dos profissionais dizem não conseguir ficar por mais de uma hora sem mexer no celular. No entanto, esse número pode significar um alerta importante, pois, sabemos que o excesso de interrupções provoca perda de produtividade no trabalho. É claro que o smartphone é uma ferramenta de produtividade (comunicação, aplicativos de controle e produtividade, etc…), porém, se mal utilizado, pode, sim, transformar-se num significativo fator de improdutividade.
O maior uso é, disparado, do Whatsapp, seguido pelo Facebook e Instagram (quase empatados com 50%). A opção “Outros…” não trouxe informação relevante.
Outro dado interessante é que 16,3% deixam o toque de notificações no volume normal.
16,8% dizem que verificam imediatamente o que é, ao perceber o toque de notificação, enquanto que 53,3% aguardam a primeira oportunidade, ainda que durante o horário de trabalho. Isso pode representar produtividade na comunicação, ou improdutividade pelo exagerado número de interrupções. É algo que deve ser melhor monitorado no ambiente de trabalho.
Percebe-se que o smartphone está sendo largamente utilizado para assuntos de trabalho e particulares (64,4%).
Ainda que utilizado para trabalho e assuntos particulares, pela grande maioria, uma fatia significativa dos respondentes disse reconhecer que o smartphone está diminuindo sua produtividade; e uma fatia maior (46,0%) não conseguiu definir se sua produtividade aumentou, ou diminuiu.
Muito Mais a Descobrir
Esses números comprovam a presença relevante e respeitável do smartphone na vida intraorganizacional e, por isso, suas implicações no aspecto da produtividade do trabalho merecem ser ainda melhor estudadas.
Veja nesse link os resultados dessa pesquisa explorados através da análise cruzada de dados! Conheça, também, a nossa pesquisa sobre Política de Uso de Smartphone nas Organizações, publicada em 2018.