Você já deve ter ouvido um conhecido adágio corporativo que diz que as pessoas são contratadas pelas suas competências técnicas, mas são demitidas pelas suas competências comportamentais. E, pela minha própria experiência em contratar e demitir nas Organizações, isso parece verdade. Mas, vamos mais longe, vamos ver o que dizem algumas pesquisas.
O Que Dizem as Pesquisas
Um estudo da consultoria Robert Half ouviu diretores de Recursos Humanos sobre os principais motivos de demissão no Brasil. Os resultados, divulgados na Exame online em 2014, foram os seguintes: baixo desempenho (34%), falta de adequação à Cultura da empresa (26%), relacionamento ruim com a equipe (16%), atrasos e faltas (12%), relacionamento ruim com o superior (10%), outros (2%). Se agruparmos os motivos relacionados com as competências comportamentais, chegamos em 68%.
Outro estudo, divulgado na revista Você S.A., edição de maio de 2000, apontou que 87% das organizações afirmaram demitir profissionais em razão de suas atitudes, temperamento, falta de garra ou por problemas de relacionamento interpessoal, ou seja, problemas relacionados às suas competências comportamentais.
Conheço, ainda, uma pesquisa feita pela Airtasker (plataforma online Australiana que conecta profissionais com clientes) que fez a 800 empregadores a pergunta do porquê que eles demitiram seu último empregado (o total soma mais de 100%): ter questões de atitude (57%), ter questões de personalidade (41%), não realizar a tarefa como esperado (40%), dar assistência fraca (34%), quebrar políticas corporativas (31%), pedir aumento (23%), roubar (20%), atrasar (18%), ganhar demais (13%), outros (3%). Também, aqui, maciçamente as competências comportamentais são responsáveis pela grande maioria dos motivos de demissão.
Conclusão
Vimos que as competências comportamentais do profissional são decisivas num momento de demissão. Ora, isso nos mostra claramente duas coisas: de um lado as Organizações não conseguem avaliar corretamente as competências comportamentais do candidato, no momento da sua contratação; e de outro, o profissional contratado não cuida de desenvolver as suas competências comportamentais, ou não as valoriza adequadamente, negligenciando-as durante o trabalho. Existe, portanto, para ambas as partes, uma rica oportunidade de melhoria, se atentarem para esse fato.