Isso mesmo! O bom gestor não é aquele que age para agradar, mas sim, aquele que faz o que é certo. Às vezes suas decisões poderão agradar, às vezes não. Quando um gestor estabelece disciplina, requer o cumprimento dos procedimentos, exige profissionalismo, pede competência, demanda comprometimento, cobra resultados, isso tudo, certamente, desagradará alguns. Desagradará os mais negligentes, os mais incompetentes, os mais incapazes, os mais ineficientes, e os menos comprometidos.
Veja esse exemplo que ocorreu comigo. Eu era responsável pela área industrial, e o CEO, a pedido de um colaborador de uma outra área, havia concedido uma hora de flexibilização de horário de entrada, informando os outros gerentes que seria decisão de cada um implementar ou não o horário flexível em suas respectivas áreas. Claro que muitos de minha área gostaram da ideia do horário flexível. Mas eu tive que fazer uma análise crítica imparcial, examinando a questão de que na Produção, seria necessário, obviamente, manter um horário único, pois a Produção trabalha em time. Se a produção está trabalhando, é preciso ter o suporte da Qualidade, da Manutenção, e de Processos. Quanto à área de Compras, que também estava sob minha responsabilidade, talvez até pudesse trabalhar com um horário flexível, porém, eu julguei desproposital, e não, não vi motivo para alterar o horário, pois, numa Organização de Manufatura é produtivo ter todos convivendo no mesmo horário, facilitando a tratativa de problemas e a busca de soluções. Minha decisão, então, foi de não permitir o horário flexível, e, é claro, a minha decisão desagradou alguns! Eu, no entanto, entendi que a decisão, naquele momento e naquela situação, foi a mais correta.
Portanto, o bom gestor não deve se pautar pelo que vai agradar ou não os outros, já que, muito provavelmente, qualquer decisão que seja tomada irá agradar alguns e desagradar outros. Como eu já disse, o gestor deve se nortear pelo que é certo, suas decisões devem ser baseadas nos princípios morais (caráter, respeito, honestidade), no que é justo, e no que gera o maior benefício, acima da questão pura e simples do que pode ou não agradar os outros. Afinal, como dizia um colega meu, de descendência oriental: o que é certo, é certo!