O chamado “dilema do prisioneiro”, da Teoria dos Jogos, nos mostra por que a cooperação entre gestores é fundamental para o bom resultado da Organização. Quer ver?
Primeiro, vamos, rapidamente, entender o que é a Teoria dos Jogos e o Dilema do Prisioneiro. A Teoria dos Jogos é uma teoria matemática que estuda os diversos possíveis resultados de situações que envolvem determinadas estratégias e suas escolhas. O Dilema do Prisioneiro, um dos exemplos mais conhecidos da Teoria dos Jogos, foi formulado pelo matemático canadense Albert Tucker, em 1951, baseado nos trabalhos de Merrill Flood e Melvin Dresher, quando trabalhavam na corporação RAND, em 1950. A Teoria dos Jogos pode ser utilizada em Economia, Marketing, Política, Negócios, Diplomacia, e em inúmeros outros campos. O Dilema do Prisioneiro, por exemplo, é perfeito para analisar a cooperação entre gestores de uma Organização, e como isso pode impactar no desempenho Organizacional, seu ambiente e seus resultados.
O Dilema do Prisioneiro diz, basicamente, o seguinte: dois prisioneiros são acusados de um mesmo crime, e estão presos, em selas separadas, sem poderem se comunicar. Como há uma dúvida sobre responsabilidade de cada um, a autoridade propôs o seguinte: se nenhum dos prisioneiros confessar o crime (ou seja, se ambos negarem o crime), ambos serão condenados por pequenos delitos e ficarão presos por apenas 1 ano. Se ambos confessarem o crime, ambos ficarão presos por 5 anos. Se, no entanto, um prisioneiro confessar e testemunhar contra o outro; enquanto o outro nega o crime, então o prisioneiro que confessou ficará livre e o outro pegará a pena máxima de 10 anos.
Colocando essas possibilidades em uma tabela, teríamos o seguinte: quando ambos confessam, pegam 5 anos; quando ambos negam, pegam 1 ano; e quando um confessa e outro nega, o que confessa sai livre e o outro pega 10 anos.
O que isso tudo nos mostra, então? Vemos, claramente, que a melhor opção, tanto para o prisioneiro “A”, quanto para o prisioneiro “B”, é confessar, desde que o outro não confesse; pois, se os dois confessam, o resultado é pior do que se ambos negassem o crime.
E essa é uma ilustração típica do conflito que surge entre a racionalidade individual e a de grupo.
O melhor resultado acontece quando há cooperação! Claro que, no exemplo apresentado, a comunicação entre os prisioneiros não é permitida. Mas, numa Organização, a comunicação não apenas é permitida, como necessária. Sendo assim, quanto mais cooperativos os gestores são entre si, melhores serão os resultados!
E foi justamente isso que mostrou um estudo da Universidade Masaryk (República Checa), que, através de uma modelagem baseada no jogo do “Dilema do Prisioneiro”, apontou que a cooperação entre os gestores é um fator-chave para alcançar um melhor desempenho, e construir um ambiente de trabalho mais agradável e livre de estresse.
Embora isso pareça óbvio, não vemos, nas Organizações em geral, muita cooperação. Pelo menos, na minha experiência, o que eu mais vi foi rivalidade entre gestores, e, em geral, malconduzida pelas chefias, ou, pior, ignorada.
Então, como gestor, não aja como um prisioneiro que pensa apenas em si mesmo, pois o resultado poderá ser ruim para você mesmo. Se você quer um diferencial competitivo na sua Organização, já sabe que a cooperação entre gestores é muito importante!