O bem-estar financeiro dos empregados deve ser uma preocupação das Organizações, não apenas para cumprirem com sua responsabilidade social, mas porque ele impacta diretamente na produtividade da Organização.
Finanças x Produtividade
Uma pesquisa feita com 1.800 funcionários americanos de tempo integral, pela consultoria PwC, divulgada em 2017, apontou vários dados interessantes sobre o impacto das finanças na produtividade Organizacional. Por exemplo, a pergunta “Qual das seguintes opções lhe causa mais estresse?” teve os seguintes resultados:
- Questões financeiras: 46%
- Meu trabalho: 17%
- Relacionamento: 15%
- Problemas de saúde: 14%
- Outros: 8%
50% dos funcionários que disseram ter estresse com questões financeiras disseram que passam três horas ou mais no trabalho, a cada semana, pensando ou lidando com questões de finanças pessoais. Ao passo que somente 26% dos funcionários que não disseram ter estresse com questões financeiras disseram passar três horas ou mais no trabalho, a cada semana, pensando ou lidando com questões de finanças pessoais. Em relação a faltar ao trabalho, 16% dos estressados financeiramente disseram faltar ao trabalho ocasionalmente, enquanto os que disseram não ter estresse financeiro, apenas 8% relataram faltar ao trabalho ocasionalmente. Ou seja, o estresse financeiro apresenta o dobro de probabilidade do empregado desviar horas de trabalho, ou faltar ocasionalmente, lidando com questões de finanças pessoais.
Em relação ao perfil salarial, 60% dos funcionários que ganham menos de 75.000 dólares/ano disseram que lidar com sua situação financeira é estressante; enquanto 43% dos que ganham mais de 75.000 dólares/ano disseram que lidar com sua situação financeira é estressante. Algo natural de se imaginar: os que ganham menos têm mais problemas financeiros. Porém, paradoxalmente, quando a pergunta foi: “Você usa o cartão de crédito para pagar as suas contas mensais (como mercado) porque, de outra forma, não poderia?”, o percentual maior de respostas “sim“ (37%) foi dos que ganham mais de 75.000 dólares/ano, contra 33% dos que ganham menos de 75.000 dólares/ano. Isso nos mostra que, para aqueles que tem problemas financeiros, ganhar mais não é, necessariamente, uma solução, mas, sim, gastar menos.
Soluções
Já vimos que aumentar salários não é, necessariamente, solução; mas, sim, proporcionar um programa de educação financeira para os funcionários, de modo que aprendam a controlar os impulsos, controlar os gastos, e fazer planejamento financeiro. Além disso, pode-se pensar num programa de ajuda financeira através de crédito barato oferecido pela Previdência Privada da Organização (quando houver), ou através de uma instituição financeira parceira.
No tocante à educação financeira, o Valor Econômico online publicou, em 2018, uma matéria sobre o assunto, onde são mostrados dados da Febraban em que o volume de contas em atraso reduziu 40% entre as pessoas que participaram de seu programa de educação financeira por um ano, e a propensão em poupar aumentou 15%. Na mesma matéria, a Totvs informa ter tido uma queda no seu absenteísmo de 2% para 1% após a criação de um programa de reeducação financeira.
Portanto, baseado no que foi exposto, há, claramente, uma oportunidade para as Organizações aumentarem sua produtividade através de programas de educação financeira extensos e que abranjam a todos os níveis. Esses programas, para serem efetivos, devem ser de longo prazo e focar, obviamente, naqueles que tem dificuldade em lidar com as finanças, por isso, o engajamento dos participantes é fundamental.